Danças folclóricas
Introdução
As danças traduzem as mais diversas tradições dos inúmeros vilarejos da Grécia e retratam a vida no campo e nas cidades, podendo ser divididas em danças folclóricas (rurais) e populares (urbanas), de continente ou de ilha ou ainda por regiões (περιοχές). As transformações sofridas por algumas danças e o surgimento de outras estão ligadas ao intercâmbio com outras culturas, a eventos específicos como a transferência da capital do Império Bizantino para Constantinopla, a ocupação otomana, a expulsão dos gregos que habitavam a Ásia Menor e o consequente surgimento do Rebétiko (movimento sociocultural que dá origem ao que ficou conhecido como música e dança popular grega), entre outros.
Cada região possui tradições características, o que permite que o estudo das danças e música possa ser dividido de tal forma. As regiões (partindo do leste até o sul do continente, a ilha de Creta e depois os conjuntos de ilhas) e algumas das principais danças serão apresentadas a seguir.
Conheça a história
Os Trácios, povo indo-europeu habitantes do sudeste da Europa, tiveram grande expansão territorial, chegando, por volta do séc. V a.C. a ocupar territórios do Norte da Grécia ao sul da Rússia. As características culturais das diferentes regiões foram se modificando após processos de helenização, romanização, e, mais tardiamente, eslavização. O nome dos antigos Trácios está intimamente ligado à vida religiosa e espiritual dos gregos, principalmente ao culto de Orfeu e Dionísio e aos mistérios dos Cabiros (Κάβειροι: entidades ajudantes de Hefésto).
Ao estudar a tradição da música e da dança da Trácia, devemos considerá-la como aquele lugar cultural que existiu por séculos antes de sua divisão atual. Como resultado do enfraquecimento do Império Otomano, depois de muitas contendas que se estendem até 1923 a Trácia Ocidental passa a pertencer à Grécia, enquanto a Norte da Trácia (Rumélia Oriental) à Bulgária e a Trácia Oriental à Turquia, e essas áreas representadas em diversas localidades na Grécia pelos refugiados que trouxeram sua herança cultural.
Danças
Zonarádiko (Ζωναράδικος)
Característica da Trácia Ocidental, é a dança mais conhecida e difundida em toda a região. O nome vem de zonári, que significa “cinto”, pois dança-se com as mãos cruzadas, segurando os cintos uns dos outros, ou apenas com as mãos dadas, mas é possível encontrá-la com diferentes nomes e uma grande variedade coreográfica.
O seu ritmo, composto, é de 6/8, com duas unidades em subdivisão ternária (3 batidas ou tempos distribuídas em 3+3). Três compassos melódicos correspondem a uma sequência de passos do Zonarádiko (composta de 6 passos).
Stis Tris (Στις τρεις) - trad.: em três
Dança dos refugiados do vilarejo de Meghálo Monastíri, da província de Kavaklí, Norte da Trácia (Rumélia Oriental), atual sul da Bulgária. Chamada dessa forma porque os 12 passos dessa dança é composta de 3 partes (com 4 passos cada). A medida musical é de 2 tempos (ritmo de 2/4) e os 12 passos são finalizados em 6 medidas musicais.
Baidúska (Μπαιντούσκα)
Essa é uma das danças mais populares entre os refugiados Kavakliotes (da província de Kavákli) e os Anatolikothrakiótes (trácios do leste), com diferenças entre os passos e o movimento das mãos. Em uma de suas versões diz-se que «Μπάι και Ντούσκο» significa andar de forma inclinada e reta (μπάι = πλάγια e ντούσκος = ίσος), enquanto outra versão é atribuída a palavra turca Paitak que significa “aquele que manca” - ambos remetem à forma de dançar numa das partes da sequência.
Pode ser encontrada com outros nomes, inclusive por ter sofrido influência de países eslavos vizinhos. Na Bulgária sua correlata é a Pajansko e na Macedônia eslava o Pajduško. Sua medida musical é de 5/8 (2+3), com 20 passos que se encaixam em 10 tempos musicais.
Podaráki (Ποδαράκι) – trad.: pézinho
O Podaráki é uma dança de refugiados da Rumélia Oriental (Norte da Trácia), área em que até os primeiros anos do século 20 ainda tinha grandes populações gregas locais. Segundo Dora Stratou (1979), o Podaráki é uma dança presente em festas e Paneghíris (festa típica dos inúmeros vilarejos gregos dedicadas aos santos), mas especialmente realizada na Festa da Parteira, chamada de Festa de “Bábos” ou “Mamís” (Γιορτή της “Μπάμπως” ή “Μαμής”), evento que estaria ligado ao nascimento de Dionísio e que teria surgido com as festividades das Thesmofória (Θεσμοφόρια), um evento festivo de três dias, exclusivo de mulheres para celebrar Deméter e sua filha Perséfone, no qual pediam por fertilidade para suas terras e para si mesmas.
O Podaráki é dançado por homens e mulheres em um círculo aberto e com as mãos para baixo. Tem esse nome por causa da batida característica do pé no chão que acontece ao final de cada sequência de 7 passos. Uma sequência coreográfica se completa após 6 sequências de 7 passos. Sua medida musical é de 6/8 (3+3).
Conheça a história
A história da Macedônia é marcada pelas civilizações como as dos reis Amintas, Filipe II e Alexandre, o Grande, Ocupação Romana e posteriores ocupações dos Godos, Eslavos, Búlgaros, Sérvios, além dos quase 400 anos de Ocupação Otomana, cuja transferência dos povos de um lugar para outro dentro do império não era desencorajada, e era até considerada desejável, uma vez que o caráter multinacional de uma região ajudava a impedir revoltas organizadas. A partir do século 19 se encontra na Macedônia um verdadeiro mosaico de nacionalidades. Com as diversas políticas de estabelecimento de fronteiras (guerras, pactos, etc), vários grupos étnicos — Sarakatsáni, Vlárhi, Ciganos, Pomácos, Arvanítes entre outros — se estabeleceram em ambos os lados da fronteira, mas mantiveram características da sua herança cultural. Assim, apesar das intervenções políticas (algumas até de limpeza étnica) as comunidades continuaram a formar um mosaico complexo.
Outro fator que diferencia a tradição da Macedônia é o grande número de refugiados que após 1922 vieram da Ásia Menor, Trácia Oriental e do Norte, entre outras regiões. Apesar da aparente falta de comunicação com os moradores locais, os refugiados influenciaram com a sua música a cultura de várias regiões que os acolheram.
Hoje a Macedônia é a região com o maior número de danças, muitas das quais foram provavelmente usadas como parte de algum ritual antigo. De resto, um grande número também deve ser encontrado em outras partes da Grécia, enquanto algumas danças vêm de uma herança comum dos Bálcãs. A Macedônia é dividida nas regiões Ocidental, Central e Oriental.
Danças
Sirtós Makedonías (Συρτός Μακεδονίας) - trad.: sirtós da Macedôniada
O ritmo desse sirtós é idêntico ao Kalamatianós (fórmula de compasso 7/8 organizado na forma 3+2+2) e é um dos mais conhecidos em todo o território grego e pelas populações gregas que vivem fora do país.
Pusténo, Litós ou Levéndikos ( Πουστένο, Λυτός ή λεβέντικος)
O nome Pusténo vem do verbo “poustsam” que pertence a línguas eslavas locais e tem como tradução para o grego a palavra Litós, que significa solto, livre, desatado, ou seja, deixar algo livre, que até então estava confinado. É a dança mais representativa de Flórina (Macedônia Ocidental) e é feita em muitas ocasiões: casamentos, celebrações etc. Levéndikos é o nome que os gregos dão para esta dança, que significa “dos jovens”, e é característica da região do lago de Préspa, desde Flórina, Kastoriá e Kozáni até Monastir (atual Bitola, na República da Macedônia do Norte).
Esta dança ainda pode ser chamada por Amolití Gáida (Αμολυτή Γκάιντα), Pustséno (Πουστσένο), Poúsnoto (Πούσνοτο) ou Poústsenoto (Πούστσενοτο). Possui doze passos de dança e estrutura rítmica em 16/8 organizado na forma 4+2+3+2+2+3.
Éndeka (Έντεκα) – trad.: onze
O éndeka é uma das variantes do karsilamás. Apesar de provavelmente não ser de origem local, é uma das mais conhecidas na Macedônia (principalmente na Macedônia Ocidental). No karsilamás, pares de dançarinos dançam um de frente para o outro, como se estivessem diante de um espelho, e se olham sem se dar as mãos. O éndeka significa “onze” fazendo referência ao toque de recolher imposto durante a ocupação otomana, pois as pessoas não iam embora enquanto não tocasse essa melodia, que então ficou conhecida por esse nome. Sua forma de dançar inspirou outros nomes para essa dança: Σκόρπιος (skórpios), que significa “disperso” e Αντικρυστός (antikristós), que significa “frente a frente”. Sua divisão rítmica é a 2+2+2+3 (9/8).
Gaida - Γάϊντα - trad. gaita (do tipo de foles
É uma das danças mais habilidosas e difundidas. Em muitos lugares é dançada apenas por homens, ou por mulheres, só que em fila separada. Começa bem lenta e se torna rápida, com uma série de improvisações por parte de quem encabeça a fila. Dançada em toda a Macedônia, especialmente no distrito de Flórina e nas aldeias de Roumoulkiou e Náussa. Ritmo de 2/4 do sirtó sta tria e a sequência de passos básica contém 6 passos.
Conheça a história
O Épiro, mais que qualquer outra área na Grécia, manteve sua autenticidade e riqueza cultural através dos tempos. A grande variedade cultural vista nas canções e danças é devida a vários fatores, entre eles: acesso fácil a muitas das regiões vizinhas com diferentes influências, a diferentes tribos que lá habitaram desde tempos remotos e a presença de várias características geográficas e históricas que permitiram serem criados centros culturais locais. No Épiro o canto tem característica polifônica, que é bem particular, única entre os outros cantos folclóricos gregos. Em muitas cidades do Épiro Aquiles era honrado e reverenciado como um deus.
Tanto no Épiro como na Tessália os instrumentos mais comuns são: clarinete, violino, alaúde, tamborim e, às vezes, acordeão (que em alguns casos, hoje em dia, é substituído pelo teclado).
Danças
Syrtós sta Dio ou Pogonisios (Συρτός στα δυο, Πωγωνίσιος) - trad.: o que vem de Pogóni
O sirtós sta dio é uma das formas do sirtós, dança muito antiga e pan-helênica. O Pogoníssios é a mais tradicional modalidade de sirtós do Épiro. Este nome vem de Pogoni, uma localidade da região. O sirtós sta dio tem seus 6 passos executados em 2 compassos, sendo que os primeiros três passos “cabem” no primeiro compasso e os três seguintes no segundo. Suas estruturas rítmicas são diversas, mas as principais são as de 4 compassos, em 4/4 (distribuídos em 2+1+1).
Ta Palamakia - trad.: as palminhas
Essa é outra modalidade de sirtós sta dio do Épiro, executada de forma mais rápida, com sequências de passos intercalada por passos de pausa acompanhado de palmas. Essa dança é uma dança de roda feita por homens e mulheres praticada principalmente em Zagorohória – Distrito de Ioánina. Apesar de ser uma dança menos praticada hoje em dia, fazia parte de diversos tipos de festividades, mas principalmente em casamentos e festas familiares.
Zagorissios (Ζαγορίσιος) - trad.: o que vem de Zagóri
Dança das vilas da cidade de Zagori, muito dançada em todo o Épiro. Antigamente era praticada em filas separadas de homens e mulheres.
Konstantákis é a canção mais conhecida desse estilo. Os habitantes de Zagori homenageiam Constantino Paleólogo, figura emblemática importante para os gregos durante a época bizantina.
Uma sequência completa consiste em 16 passos divididos em 4 partes de 4, completada em 4 compassos musicais de 3+2 (ritmo 5/4).
Conheça a história
A Tessália tem uma tradição cultural muito rica devido à origem diversificada de sua população (Sarakatsani, Hasiotes, Karagounides, Vlahos), habitantes provenientes do Épiro e da Macedônia Ocidental. Há também aldeias inteiras habitadas por refugiados da Ásia Menor, Pondos (costa meridional do Mar Negro) e Trácia Oriental que mantêm suas próprias tradições.
As músicas se referem a eventos de época, estilo de vida, trabalho e muito ligados à vida simples do agricultor. Em bailes públicos, casamentos, festas e diversões são feitas canções sobre a vida e há muita dança. As danças são lentas, pesadas e solenes.
Os instrumentos musicais mais usados são o violino, clarinete, alaúde, gaita de foles, o pandeiro com as chamadas zília (platinelas de metais). O uso do clarinete com o pandeiro é mais tradicional.
Danças
Karagoúna (Καραγούνα)
Segundo Ν.Α. Βέης a Karagúna provém da província de Karditsa, cujos nativos eram chamados de Karagoúnes (Karagoúnoi). Traduzida literalmente, a palavra significa “sobretudo preto” ou “pele preta”, mas, como as Karagoúnas não usavam sobretudo pretos, não se sabe bem a razão deste nome.
Já Ν. Ελευθεριάδης diz que vem de kará-gioúnan (καρα-γιουνάν), palavra composta por kará (preto em turco e, por extensão, poderoso) e do grego Íones (ou Gioúnan), como foram conhecidos os gregos. Esse termo “Karagoúnis” é geralmente usado na Tessalía para denotar cultivadores de terra.
A Karagúna é mais dançada por mulheres. O traje é um dos mais ornamentados da Grécia, com uma série de camadas coloridas e muitas jóias de ouro. A dança representa uma espécie de flerte, e uma das versões é sobre uma Karagúna muito bonita que é o orgulho de sua vila, numa referência às camponesas da Tessália.
Em uma de suas versões é possível encontrar as duas formas de sirtós (sta dio e sta tria).
Daliána (Νταλϊάνα)
Também da província de Karditsa, a Daliána leva o mesmo nome da música, que fala de uma mulher omônima. Essa é a versão feminina do Tsámikos, dança conhecida em toda a Grécia. Assim como no Tsámikos, a dança se caracteriza pelos passos solos de quem encabeça a fila e tem 12 passos completados em 5 compassos de 3 tempos simples (mais comum 3/8).
Conheça a história
Stereá Elláda significa “Grécia firme”, devido à sua localização entre as regiões norte e sul. Suas províncias são Etalaokarnanía, Evritanía, Fthiótida, Fokída, Viotía, Eubeia, Atikí. Esta região também é conhecida como Rúmeli (passou a ser chamada assim a partir dos anos de domínio franco, que significa “a terra dos Romanos”) e é conhecida pelas danças kléftika. Os kléftes, cuja tradução é “ladrão” eram assim chamados por saquearem diligências durante o Império Otomano (normalmente habitavam e se escondiam nas montanhas) e lutarem na resistência à ocupação. Essa região foi muito importante para as guerras da independência de 1821. A única região da Grécia Central que difere quanto às características de estilo das danças é Mégara (Ática). Isso se deve à sua localização costeira, que criou potencial intercâmbio comercial e cultural muito cedo com a Ásia Menor, Peloponeso e com as ilhas do Mar Egeu.
Danças
Tsámikos (Τσάμικος)
Dança surgida das tradições dos vilarejos e que mais tarde acaba se tornando símbolo de resistência. Com o tempo, o tsámikos passa a ser conhecido também por kléftiko, pois era dançado pelos kléftes, grupo armado que saqueava vilas e diligências gregas ou otomanas e que mais tarde se torna parte importante da resistência à ocupação otomana na Grécia. Sua coreografia exige grandes habilidades acrobáticas dos dançarinos, especialmente do líder da fila. Essa dança também é encontrada no Épiro e Tessália. Dança com compassos de 3 tempos simples e regulares (sendo mais comum o 3/8).
Η Τράτα “I Tráta” – trad.: traineira (Ática)
Essa é uma modalidade de sirtós de Mégara, praticada por mulheres (normalmente em coro, enquanto dançam). Teve origem no cotidiano de pescadores, mas passou a ser praticada em diversos feriados (principalmente na terça-feira de Páscoa). “I Trata” significa “A Traineira” (um tipo de barco de pesca) e é dançada para desejar sucesso aos pescadores ou para celebrar o sucesso de um dia de pescaria.
Conheça a história
Localizado na parte sul continental do país, o Peloponeso é ligado ao continente pelo istmo de Corinto. Após a dissolução do Império Bizantino pelas forças da Quarta Cruzada, francos e venezianos tomaram a região. Enquanto os venezianos ocuparam os principais portos, os francos estabeleceram-se principalmente na parte central da península e foram eles que popularizaram o termo Moriás, que também foi usado pelo Império Bizantino para dar nome a uma província, o Despotado de Morea. Não há consenso quanto à etimologia, a versão mais difundida é que se trata de amoreira, cujo formato de sua folha e da península se assemelham, além do que, a folha ser alimento do bicho-da-seda e o Peloponeso ter sido um importante centro de sericultura.
Apesar de sua longa história, o Peloponeso não apresenta muitas danças tradicionais, limitadas, no entanto, ao tsámikos, Kalamatianós e tsakónikos e às históricas canções kleftiká. O nome deriva de Pélops, filho de Tântalo (antepassado dos Atridas). Foi conquistado pelos Macedônios, tornou-se província de Roma e foi ocupado posteriormente por godos, ávaros, eslavos e outros povos. A composição das bandas musicais é a mesma que da Grécia Central.
Danças
Tsakónikos (Τσακώνικος) - trad.: o que vem da Tsakónia
O Tsakónikos é dançado na Tsakónia, no sul do Peloponeso. Muitos pesquisadores acreditam que seja a dança antiga “geranos” – que significa grou (ave) ou guindar, suspender.Segundo textos da Antiguidade, o geranós é a dança que representa o êxodo do herói antigo Teseu do labirinto do palácio de Knossos. O tempo é 5/4 ou 5/8 e é dançado em duas partes com 5 passos cada.
Kalamatianós (Καλαματιανός)
"E se você for a Kalamáta, ficarei feliz em recebê-la, traga-me um lenço para amarrar no pescoço".
Esse é o trecho da canção tradicional mandili kalamatianó, que fala sobre um lenço de seda que alguém pede que ela traga se por acaso ela for para Kalamáta, o famoso centro de processamento de seda artesanal da época. As palavras desta canção tradicional mostram que esta dança não foi feita só em Kalamáta, mas também em outras partes da Grécia, o que também confirma seu caráter pan-helênico. Por isso é possível que o kalamatianós não tenha recebido o nome da cidade do local, mas das palavras da canção que se referiam ao lenço de seda, símbolo sagrado de todas as cerimónias tradicionais de casamento.
O kalamatianós, derivado do sirtós sta dio, tem sequência de 12 passos acomodados em uma frase musical de 4 compassos, com ritmo estruturado 7/8, assimétrico e distribuídos em 3+2+2.
Conheça a história
O Póntos é a região histórica localizada na parte meridional do mar Negro, que atualmente se situa no nordeste da Turquia. Esse nome foi dado por colonizadores gregos que expulsaram (a aproximadamente 1000 AC) povos de língua caucasiana, restando apenas os de língua anatólica (hititas, armênios etc). Esse nome deriva do nome dado ao Mar Negro ou Ponto Euxino (Πόντος Εύξεινος), cujo significado era “Mar Hospitaleiro”.
Em 450 AC os Persas dominaram a região e em 437 AC Péricles retoma fortalecendo o domínio grego na região. Nos quatro séculos seguintes surge e é fundado um pequeno reino independente com fortes influências gregas. Neste período o que se vê são tentativas com algum êxito de coexistência das civilizações grega e persa. Em 63 AC o reino do Póntos é tomado por Roma com a ajuda da traição do filho do rei. A partir daí seu estado foi dividido.
Em 500 DC floresce novamente com a primeira legião romana e, mais tarde, sob domínio do Império Bizantino - que tornou a região um centro de abastecimento militar em suas guerras contra os persas e os árabes. Os mosteiros desempenharam papel importante tanto no desenvolvimento da cultura e da literatura quanto no serviço social durante os anos difíceis da perseguição otomana. Após o fim da Primeira Guerra Mundial surgem guerrilhas como reação à represália do Império Otomano. Além disso, o Póntos procura se tornar um estado independente (helenos pônticos na Rússia e em toda a Europa engrossam essa voz). E aí se dá o genocídio pôntico onde grande parte morreu de frio e fome nos deslocamentos ou ainda teve seus homens enviados para batalhões de trabalhos forçados (353 mil pôntios).
As características das danças do Pontos são o ritmo rápido e complexo e o movimento peculiar da dança (verticalizado, de frequência média-alta). Movimentos verticais do corpo, o ritmo e movimento muito rápido, com a participação ativa de todos os dançarinos e não apenas o cabeça da fila e a participação ativa de todas as partes do corpo.
No Pontos os instrumentos dominantes são a lira do Póntos (kemetzés: κεμετζές), o zournás (ζουρνάς), um tipo de gaita de foles de nome “tulum” (τουλούμ), assim como o daoúli (νταούλι).
Danças
Tik Monón Matsoúkas (Τικ Μονόν Ματσούκας) - trad.: Tik simples de Matosúkas
Dança do povoado de Matsúkas, mas que se tornou pan-helênica e a mais popular do Pontos. Seu nome deriva da palavra turca dik (ντικ), que significa vertical. Existem muitas variações dependendo da área dos Pontos, e mesmo na mesma aldeia podem ser encontradas duas, três ou mais formas da dança, variando, além do tipo de movimento, formas lentas e rápidas. As mãos são dadas na altura dos ombros com os cotovelos bem dobrados e os dançarinos bem próximos. Existe uma flexão de joelhos característica (movimento vertical de frequência média). Esta versão chama-se Tik simples (μονόν) por que possui poucos passos (6). O ritmo é 5/8 (3+2).
Tik Diplón (Τικ Διπλόν) ‘trad.: Tik Duplo
O Tik Diplón é uma variação (que surge na década de 60, segundo alguns pesquisadores) do Tik Monón. Tem dez passos, dobrando os dois passos intermediários ou finais do Tik Monón, por isso o significado de “duplo” (diplón). As versões de Tik em geral também podem ser encontradas com o nome de “Tik em joelhos” (τίκ' σο γόνατον), ressaltando o movimento do joelho ou “de baixo para cima” (Τ΄Απάν και Κά΄, versão condensada de Από Κάτω προς τα Πάνω), ressaltando o movimento vertical. O ritmo é 5/8 (3+2).
Kótsari Kárs (Κότσαρι Kάρς)
A origem dessa dança é de Kars (sul do Cáucaso, atualmente faz parte da parte nordeste da Turquia), dançada por gregos do Cáucaso e da antiga União Soviética. Na Grécia o Kótsari se tornou uma dança muito conhecida já que é praticada pela maioria das bandas de música grega e mesmo para o povo do Pontos talvez seja a mais conhecida depois da dança Séra (“Σέρρα”). Essa dança tem elementos marciais, mas não está comprovada essa origem. Seu nome pode ter relação com a forma que é dançada: especificamente nos dois passos dos quatro primeiros tempos em que há o movimento do calcanhar para cima. No dialeto do Pontos kots significa calcanhar (o grego medieval kóttion significa o mesmo) e éro (“αίρω”) significa levantar, ambos juntos, levantar o calcanhar (segundo o autor do texto, os gregos consideram o calcanhar a parte principal do pé durante a execução de uma dança).
A música do kótsari é executada apenas na forma instrumental. Há muitas variações de dança com esse nome, os armênios, por exemplo, têm o Kotsarí. Essa dança é executada por homens e mulheres, com as mãos nos ombros. Tem oito passos e ritmo 2/4 ou 4/8.
Conheça a história
A influência ocidental, especialmente a influência italiana afetou o desenvolvimento musical das ilhas jônicas. A serenata dessas ilhas, que diferem completamente das canções folclóricas do resto da Grécia, deve sua estrutura de melodia às influências venezianas. Kérkira (Corfu) é a ilha que mais sofreu essa influência ocidental. É o grupo de ilhas a oeste do continente, no mar Jónico, que inclui as ilhas de Kérkira, Lefkada, Kefalônia, Ithaka, Zakynthos, Paxos e Citera.
Devido à sua localização e circunstâncias históricas têm influências ocidentais e elementos das áreas vizinhas, o que promoveu uma diversidade cultural – mesmo habitantes de Creta e do Mar Egeu se estabeleceram em ilhas jônicas durante o domínio otomano.
Danças
Pérdika ou Kerkiraikos (Πέρδικα ή Κερκυραϊκός)
Tipo de sirtós (2/4) da ilha de Kérkira. Dança de flerte entre os jovens da ilha, tem como principal característica o lenço que as dançarinas usam e entregam ao rapaz que dança muito próximo e salta bastante. A música que a acompanha chama-se Pérdika, referência a uma bela garota.
Conheça a história
Essas ilhas desempenharam um papel importante na história da Grécia desde a Antiguidade e são citadas com admiração por seu desenvolvimento social e econômico. É claro que não faltaram reveses quando, durante a revolução de 1821, levantaram a bandeira da liberdade e pagaram pelo seu heroísmo. A proximidade com a costa da Ásia Menor também influenciou os modos e costumes destas ilhas.
Nas canções de Chios encontram-se muito mais temas ligados à Grécia Continental, narrativos e relativos às questões de fronteira. Os demais temas falam de amor e casamento, ou são dísticos cômicos baseados em danças e melodias em função da proximidade com a Ásia Menor.
Os instrumentos mais comuns em Chios tem caráter nitidamente ilhéu. Assim há a composição básica, com lauto, violí e sandúri e, às vezes, também o uti, enquanto que nas regiões montanhosas, a tsabuna (sopro) e o tumbi (tambor). Grande parte das canções – bem como as danças ditas “amarradas”, porque se dança com os braços entrecruzados – são cantadas sem acompanhamento.
Do ponto de vista musical a ilha de Ikaria é muito interessante porque reúne a música das ilhas do sudoeste do Egeu (Kassos, Cárpatos e Creta) do oeste do Egeu (Cíclades), da costa da Ásia Menor e do próprio Norte do Egeu (Samos, Chios etc). Suas danças são populares em todas as ilhas. A lira pode substituir o violino e instrumentos como a tsabúna (gaita de foles) e o pidávli (instrumento de sopro) tem se tornado cada vez mais raros nas execuções musicais.
Danças
Detós Horós (Δετός Χορός) - trad.: dança amarrada
Os nomes de muitas das danças da ilha de Chios (principalmente as mais antigas) são dados de acordo com a forma como se dança. Detós Horós significa “dança amarrada” e os dançarinos dançam segurando velas. Essa dança é cantada sem nenhum tipo de acompanhamento.
Syrtós de Chíos (Συρτός Χίου)
É o syrtó da ilha de Chios. Dançado em uma roda composta por casais.
Ikariótiko (Ικαριώτικος)
Vem da ilha de Ikaria, onde caiu o herói mitológico Ícaro, que, contra as recomendações de seu pai, Dédalo, aproximou-se muito do sol, que lhe derreteu as asas de cera com que fugira da ilha de Creta.
Pelos poucos registros que se tem do Ikariótiko, sabe-se que era uma dança festiva.
Originalmente, dançava-se com as mãos dadas e os braços entrecruzados. Hoje, apenas segurando-se as mãos ou apoiando-as nos ombros.
Simbethéra (Η Συμπεθέρα)
O nome da dança significa “a co-sogra”, que seria a forma de tratamento entre sogras. Esta dança é a que geralmente antecede o Ikariótikos, cuja forma é mais saltitante e amplamente conhecida em todas as ilhas gregas. Seus ritmos são de 2/4.
Conheça a história
Cada conjunto de ilhas exibe diferenças nas danças e trajes devido às influências que os marcaram através do tempo, bem como suas localizações geográficas. As Cíclades é o grande centro do arquipélago grego e também o centro de vida musical e coreográfica das 30 ilhas Cicládicas. Suas ilhas têm vestígio de todos os períodos: Cicládico, Clássico, Helenístico, Bizantino e Veneziano.
Leva esse nome devido ao círculo de ilhas que se faz em volta da ilha sagrada de Delos ou ainda, segundo a mitologia, seria homônimo do nome de uma ninfa. A dança mais característica das cíclades, e de um modo geral, das demais ilhas, é a dança de casal chamada bálos, depois temos o sirtó e suas variações.
Danças
Sirtós ou Patinada de Naxos (Συρτός ή Πατινάδα Νάξου)
Esse é um syrtós da ilha de Naxos. Podemos traduzir por serenata, seu nome quer dizer πατώ + άδω, ou seja, andar + cantar, ou apenas “cantar enquanto anda”). Aquela dança que é feita nas ruas, ou de baixo da janela da pessoa amada. Ritmo de 2/4 (do tipo “longo, curto, curto”)
Ballos de Náxos (Μπάλλος Νάξου)
O Ballos é uma das danças de ilha mais conhecidas na Grécia. Ela é dançada em pares e face a face. É basicamente uma dança de flerte. Há várias formas de bálos nas ilhas, a mais simples é aquela em que um casal faz uma série de passos espontâneos, em outra versão vários casais fazem esses passos ao mesmo tempo, é comum ser seguida ou segue a execução de um sirtós (semicírculo). O tempo é de 2/4 e é dançada em 6 passos com muita improvisação.
O bálos junto com o sirtó são as danças que dominam as festas cicládicas, sendo ainda um casal inseparável. A menos que o dançarino peça apenas o bálos a dança começa com um sirtó, passa para o bálos e termina com uma versão sua mais rápida (pidihitós, em grego:<<πηδηχτό>>: saltitante). Dizem até que a função da versão mais rápida é para fazer os dançarinos se cansarem e se sentarem para dar a chance para que outros dancem.
A melodia do bálos é geralmente alegre e lírica, o que é típico das ilhas do Egeu. Embora o termo tenha sido espalhado pelas ilhas gregas pelos Venezianos, segundo o léxico de grego antigo LSJ (Liddell Scott Jones) parece derivar do verbo vallizo, que significa dançar ou pular sobre (e movimentando os pés aqui e ali) e mais recentemente derivado da palavra vallo, que significa se jogar, no sentido de se jogar sobre.
Conheça a história
É um grupo de ilhas gregas no Sudeste do Mar Egeu. Dodecaneso (Δωδεκάνησα) significa “12 ilhas”, mas na verdade existem mais de 163 ilhas, em sua maioria minúscula, do qual só 26 são habitadas.
Danças
Mihanikós
É uma modalidade de sirtós tradicional da ilha grega de Kalymnos. A dança representa os efeitos da doença de descompressão causada durante o mergulho em grandes profundidades dos pescadores de esponja, atividade que era a principal fonte de renda em Kalymnos durante a última metade do século 19.
Conheça a história
Creta é a maior ilha grega localizada no Sul da Grécia e está logo ao Norte do continente africano. Sua história, cultura e tradições são um capítulo à parte da grega e isso se traduz, claro, também na dança e na música.
Creta é conhecida pelo vigor de suas danças, mas também pela beleza de algumas peças mais lentas, como o sirtós haniótiko e o siganós - principal ritmo das mantinádas, poesia cantada e de muita improvisação do cancioneiro cretense.
Das várias modalidades de dança da ilha, as mais comuns são cinco: o sirtós ou haniótiko, conhecido como o sirtós da região de Haniá, por isso esse nome; o siganos, que tem o mesmo ritmo do pendozáli, só que tocado de forma muito mais lenta, daí seu nome (siganós = devagar); o sousta, que tem nome ligado à Ocupação Veneziana - sousta vem de mola, porque parece que ao executá-la, os dançarinos têm molas nos pés; o maleviziótiko, também chamado de sousta do Heráclio, ou ainda de Kastrinós (Malevizi é uma área próxima a Heráclio e Kastro é seu nome veneziano) e o pentozali, que possui 10 passos executados em 8 tempos, cujo ritmo é de 2/4 - de dois tempos (δίσημο). Sua etimologia pode vir de “cinco saltos” (πέντε και ζάλα). Muitas vezes o pendozáli é antecedido pelo siganós, como se fossem uma mesma peça musical. Todas elas sempre dançadas ao som do alaúde e da lira cretense.
Diz-se que a primeira dança apareceu em Creta e depois se espalhou para o resto da Grécia. Essa dança que inspirou a criação de outras danças e foi ensinada em toda a Grécia foi chamada de Piríhios (Pírrica). A tradição oral cretense remete a passagem da Mitologia em que Rea entrega uma pedra enrolada num manto de bebe a Cronos e esconde seu filho Zeus numa caverna. Para que Cronos não ouvisse o som dele quando chorasse, ela, ou a ninfa Amalteia, ensinou uma dança aos Curetes - jovens guerreiros armados -, que batiam forte seus escudos e espadas (ou lanças) entre si, ou no solo. As primeiras referências dizem que ela foi feita em Ideo Andro (Caverna de Zeus).
Danças populares
Introdução
As danças populares são derivadas das canções chamadas rebétika. São as danças urbanas, originadas nos grandes centros do mundo helênico, a princípio marginalizadas, mas que depois se consagraram.
Com o episódio conhecido como catástrofe de Esmirna, resultado da guerra greco-turca (1919-1922), milhares de refugiados gregos foram enviados aos principais grandes centros urbanos da Grécia (Atenas, Pireus e Salônica). Isso impôs mudanças significativas à realidade social e cultural do país. Arrancados de suas terras na Ásia Menor, esses gregos enfrentavam agora a pobreza e o desemprego.
Muitos se tornaram rebétis, que eram vistos com desconfiança e até como bandidos, porque, tendo sido expropriados, ficaram relegados ao nível mais baixo da ordem social urbana. Inicialmente um fenômeno cultural e musical, o rebétiko surge como variante da música urbana de Esmirna, e os refugiados da catástrofe concorrem para sua rápida ascensão na vida social grega. Até a Segunda Guerra Mundial, o rebétiko era ignorado ou rejeitado pela sociedade grega.
Após 1935, o rebétiko emerge em Pireus, onde os instrumentos tradicionais de Esmirna são substituídos pelo buzúki e pelo baglamá.
O rebétiko é desenvolvido rapidamente e abre caminho para a música popular grega. As canções da época versam, entre outros temas, sobre a catástrofe em si e a vida antes dela, a situação de pobreza, a malandragem e os ideais de liberdade.
Os cafés aman se disseminaram principalmente nos grandes centros urbanos do continente, mas surgiram na Ásia Menor, em cidades como Constantinopla e Esmirna. Eram cafés musicais onde a burguesia se divertia. Seu nome provavelmente se deve aos velhos cafés turcos onde dois ou três cantores improvisavam versos dialogados que terminavam com a exclamação “Aman!”, ganhando tempo para pensar no verso seguinte.
Conheça a história
O Rebétiko surge como variante da música do lugar de origem dos refugiados de 1922 – Catástrofe da Ásia Menor ou de Esmirna. Esses grupos e os que já habitavam Atenas se encontram. Então é a partir desse encontro, de músicos estudados de Esmirna, ciganos e músicos autodidatas dos mananciais dos portos que surgem as canções rebétika. Até 1934, os instrumentos musicais mais utilizados provêm das canções demótica, canções acompanhadas de violino, outi, canonaki, santouri, clarino, saz etc. Posteriormente, na companhia do bouzouki, baglamas e violão prevalecem as formas musicais tradicionais da região, apesar da forte influência ocidental.
Essas canções, baseadas em substratos culturais antigos do povo grego, têm elementos das canções demóticas, da música bizantina e oriental com seus makams, que também vieram da Grécia Antiga, Pérsia e Fenícia, entre outros - o que pode ser chamado de Região do Crescente Fértil Expandido. Então, com características lingüísticas e musicológicas (escalas, ritmos métricos, melodias, expressões idiomáticas, etc.) ligadas às memórias de épocas anteriores, são resgatadas por meio do Rebétiko.
As danças populares são derivadas das canções chamadas rebétika. São as danças urbanas, originadas nos grandes centros do mundo helênico, a princípio marginalizadas, mas que depois se consagraram. Com o episódio conhecido como catástrofe de Esmirna, resultado da guerra greco-turca (1919-1922), milhares de refugiados gregos foram enviados aos principais grandes centros urbanos da Grécia (Atenas, Pireus e Salônica). Isso impôs mudanças significativas à realidade social e cultural do país. Arrancados de suas terras na Ásia Menor, esses gregos enfrentaram a pobreza e o desemprego. Muitos se tornaram rebétis, vistos com desconfiança e até como bandidos, porque, tendo sido expropriados, ficaram relegados ao nível mais baixo da ordem social urbana.
Inicialmente um fenômeno cultural e musical, o rebétiko surge como variante da música urbana de Esmirna, e os refugiados da catástrofe concorrem para sua rápida ascensão na vida social grega e até a Segunda Guerra Mundial era ignorado ou rejeitado pela sociedade grega. Após 1935 ele emerge em Pireus, onde os instrumentos tradicionais de Esmirna são substituídos pelo bouzúki e pelo baglamá.
Hassápiko (χασάπικο) - trad.: do açougueiro
Também conhecido como Kassápiko, Hassápiko Politiko ou ainda Makelarikós. Leva esse nome por causa da união de açougueiros (hassápis - χασάπης significa açougueiro) de Constantinopla, que também eram chamados de makeláris (de makéri = faca). Durante a ocupação otomana, os açougueiros de Constantinopla dançavam o hassápikos durante as festividades de sua comunidade. As frases musicais coincidem com as figuras das danças. Normalmente dançado por duas ou três pessoas de igual estatura, que colocam as mãos um no ombro do outro. O tempo da música é de 2/4 ou 4/4 e uma versão simples é dançada com 9 passos.
Sérviko ou Hassapossérviko (Σέρβικο ou Χασσαποσέρβικο)
Variante rápida do hassápiko mais conhecida como sérviko ou hassapossérviko, porque a música sérvia é muito rápida. O significado dessa dança foi modificado por influências dos balcãs, difundidas pelos músicos ciganos viajantes que se apresentavam nos vários cafés aman do Império Otomano. O ritmo mais comum é o 8/8 executado em 6 passos.
Zeibékiko (ζεϊμπέκικο)
O zeibékiko é uma das mais antigas tradições coreográficas da Ásia Menor. Para dançá-lo, basta estar só. Ao som das canções chamadas rebétika, a dança começa com movimentos circulares lentos e pesados, que gradualmente vão se tornando mais complexos. O dançarino curva-se para pegar uma taça de vinho que está no chão e balança a cabeça ou morde a mesa, levantando-a enquanto dança.
O zeibékiko é o grande representante do Rebétiko, até os nomes se confundem. É possivelmente originado das comunidades rurais do Zeibéks (ou zeibékides - Ζεϊμπέκηδες), um grupo étnico minoritário (de origem Trácio-frígia) das populações da costa do Mar Egeu (de Aidíni, Prússa e Smírna). Seu ritmo é o 9/8 e o número de passos da forma mais comum são 11.
Sirtáki (Συρτάκι) - trad.: sirtozinho
O sirtáki é a variante do hassápiko em que se dançam juntas a forma lenta (argó) e a rápida (grígoro). Ficou mundialmente conhecido a partir de 1965, com o filme ganhador de três Oscars, Zorba, o grego, interpretado por Anthony Quinn.
Tsiftetéli
É uma dança tradicional grega. Em turco, Chifte-teli significa “duas cordas”, e tsiftetéli é uma expressão com que músicos se referem a uma técnica pela qual o violinista coloca a segunda corda no mesmo encaixe da primeira e os tons têm a mesma oitava ou uma oitava de diferença. A dança é livre, aparentada com a dança do ventre e praticada principalmente por mulheres. Era praticada nos antigos cafés musicais conhecidos como cafés Aman.
O tsiftetéli tem uma história longa e diversificada, a maioria delas aponta a origem nos ritos de fertilidade dos povos primitivos ao leste do Egeu. Tem ritmo de 2/4 ou 4/4 e pode ser dançada em 6 passos.